Jim Carrey e Keanu Reeves brilham em uma sequência que entrega muito mais do que nostalgia
Sonic 3 – O Filme chega com o motor ligado e supera as expectativas. Lançado no final de 2024, o terceiro capítulo da saga do ouriço azul não apenas encerra a trilogia com estilo, como também consegue algo raro: unir ação frenética, humor certeiro e uma carga emocional surpreendente. Tudo isso com uma embalagem visualmente impressionante e um elenco afiado, que inclui Jim Carrey, Keanu Reeves e Idris Elba.
A grande força de Sonic 3 está em seu equilíbrio. O filme mantém a leveza das produções anteriores, mas também se aprofunda em temas mais densos, especialmente ao explorar a história de Shadow, o novo personagem que entra em cena com um passado trágico e um coração em conflito. O resultado é uma produção que agrada crianças, adolescentes e até adultos que cresceram com os games da SEGA.
Shadow rouba a cena
O destaque do filme, sem dúvida, é Shadow, interpretado por Keanu Reeves em uma performance de voz impecável. Com uma origem marcada por dor e perda — especialmente pela morte de sua melhor amiga Maria —, o personagem traz um contraste sombrio à energia vibrante de Sonic. Shadow é, ao mesmo tempo, ameaça e vítima. Sua construção narrativa é inteligente e sensível, e adiciona uma camada emocional que eleva o filme a outro patamar.
Além disso, a introdução de Shadow faz referência direta ao jogo Sonic Adventure 2, agradando os fãs de longa data. Mas mesmo quem nunca jogou um game da franquia vai se envolver com sua trajetória de redenção e descoberta.
Jim Carrey volta em dose dupla
Depois de ficar ausente no segundo filme, Jim Carrey retorna como Dr. Robotnik — e também como seu avô, Gerald Robotnik. A atuação de Carrey é puro entretenimento: exagerada, caótica e divertida como só ele sabe fazer. O ator consegue dar vida a dois personagens distintos, sem perder o ritmo cômico e trazendo um toque clássico ao vilão. Mesmo quando o roteiro pesa a mão nas loucuras do cientista, Carrey consegue manter o público preso à tela.
Ação que não para e efeitos impressionantes
Visualmente, Sonic 3 é o mais ambicioso da trilogia. As sequências de ação são bem coreografadas e o CGI está mais polido do que nunca. A cena de batalha em Tóquio, por exemplo, é um dos pontos altos do filme: explosiva, acelerada e cheia de criatividade. Os poderes dos personagens estão mais bem desenvolvidos, e as batalhas têm peso real.
O design dos personagens continua fiel aos jogos, mas com melhorias visuais que tornam Sonic, Tails e Knuckles mais expressivos e dinâmicos. É fácil se esquecer que estamos assistindo a animações digitais, tamanha a integração entre os personagens animados e os atores reais.
Humor afiado e sem exagero
Uma das qualidades mais consistentes da trilogia Sonic é o humor. Em Sonic 3, as piadas funcionam bem e surgem nos momentos certos. Os diálogos são leves, espirituosos e nunca exageram na infantilidade. Knuckles, novamente dublado por Idris Elba, continua sendo um dos personagens mais engraçados, com seu jeito literal e impulsivo.
Além disso, o filme acerta ao dar menos espaço aos personagens humanos secundários (Tom e Maddie). Isso permite que a narrativa foque no que realmente importa: os personagens do universo Sonic.
Trilha sonora e referências aos games
Outro ponto positivo é a trilha sonora. Músicas originais se misturam com temas clássicos dos jogos e criam uma atmosfera nostálgica. A escolha de canções pop energéticas também ajuda a manter o ritmo acelerado do longa. Para os fãs dos games, o filme é recheado de referências visuais e sonoras, incluindo cenários e habilidades icônicas.
Uma despedida digna da trilogia
Sonic 3 não é apenas o melhor filme da franquia até agora — é também uma produção que entende seu público e entrega uma experiência cinematográfica completa. Embora não reinvente a fórmula dos blockbusters, o longa sabe utilizar todos os seus elementos com eficiência: bons personagens, efeitos impactantes, ritmo fluido e, acima de tudo, coração.
Ao final da sessão, fica claro que a trilogia encontrou um encerramento digno. E, se depender da recepção positiva de crítica e público, a SEGA e a Paramount ainda terão muito o que explorar no universo do ouriço azul nos próximos anos.